Como parte de suas estratégias de produtividade, além da redução de custos e de seu impacto ambiental, as empresas podem atuar de forma mais ampla e responsável ao incluir as oportunidades trazidas pela mobilidade corporativa.
Apesar de ser um conceito novo no Brasil, a mobilidade corporativa recebe cada vez mais atenção do setor privado, especialmente pelas empresas que adotam uma postura proativa, centrada no triple bottom line.
Empresas como a Serasa Experian e Banco Santander, por exemplo, reconhecem que o trânsito complicado de áreas urbanas pode refletir diretamente em sua produtividade e custos, além de influir na motivação e qualidade de vida de seus colaboradores.
Como as ações do poder público para o aprimoramento da mobilidade urbana requerem grandes investimentos e o processo torna-se lento, algumas empresas resolveram adotar uma gestão eficiente de mobilidade. Desta forma, é possível reduzir e otimizar os deslocamentos, reduzir as emissões e custos, com melhorias na produtividade e motivação dos colaboradores.
Benefícios da mobilidade corporativa
- Redução de custos: alcançada por meio de uma visão completa e integrada de custos que são administrados por áreas diferentes da empresa. Por exemplo, os custos relacionados ao deslocamento dos colaboradores, viagens a serviço, uso de veículos e estacionamentos, uso de táxis, vans e vale transporte, entre outros.
- Motivação e produtividade: conhecer e implementar ações para reduzir o tempo total gasto nos deslocamentos, principalmente em grandes cidades, pode trazer melhorias na produtividade e motivação dos colaboradores.
- Meio ambiente: a redução das emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes, ocasionadas pelo deslocamento de funcionários entre suas casas e seus locais de trabalho nos diferentes modais de transporte.
- Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa: um programa de mobilidade corporativa torna-se uma iniciativa relevante no portfólio de ações de sustentabilidade da empresa, com impactos positivos nos stakeholders internos e externos, em reputação e liderança. Adotar ações de mobilidade corporativa pode contribuir na legitimação da empresa para atuar em cooperação com organizações da sociedade civil ou governamentais no sentido de melhorar a mobilidade urbana.
Desafios
- Atribuição de responsabilidades: por ser um tema novo e ainda não normatizado no conjunto de ações da empresa, as responsabilidades estão distribuídas por áreas tais como recursos humanos, logística, sustentabilidade, meio ambiente e administração predial. Em alguns países já existe a figura do coordenador de mobilidade corporativa e a criação de um comitê para gerenciar o tema dentro da empresa.
- Priorização: com tantos desafios de competitividade e custos, a mobilidade corporativa, embora em evolução, ainda não ocupa um lugar importante no rol de prioridades da empresa. Cabe aos líderes puxarem essa importante agenda da sustentabilidade corporativa.
- Processos estruturados: diferentemente do que ocorre com exigências fiscais, trabalhistas ou mesmos guias e normas voltados para a sustentabilidade como o GRI, ISE ou CDP, a mobilidade corporativa ainda não está normatizada nem é exigível, o que favorece aos “early adopters”, que podem liderar e influenciar futuras exigências.
Um Plano de Mobilidade Corporativa, com responsabilidades e ações realistas, cuja evolução seja acompanhada através de indicadores chave também trará melhorias em aspectos muitas vezes intangíveis como cooperação, comunicação e compartilhamento.